Em um país de dimensões continentais como o Brasil, com desafios estruturais históricos e altos custos logísticos, a posição geográfica de um galpão logístico pode representar a diferença entre um negócio rentável e uma operação cronicamente ineficiente. Este é apenas um dos fatores a partir dos quais se tem ampliado o peso da localização no processo de decisão de empresas que operam com armazenagem, distribuição ou manufatura.
Em 2024, os gastos com transporte de cargas no Brasil atingiram R$ 940 bilhões, representando um aumento de quase 7% em relação ao ano anterior. Os dados são da a pesquisa Panorama dos Custos Logísticos no Brasil 2024, realizada pela consultoria ILOS. Esse crescimento é atribuído, em grande parte, à carência de infraestrutura de transportes no país, que impacta diretamente todos os modais, especialmente o rodoviário, responsável por 62% da matriz de transporte brasileira. Isso em uma realidade na qual apenas 13% das rodovias são pavimentadas, e mais da metade encontra-se em más condições, resultando em custos adicionais com combustível, gestão de risco e manutenção de veículos.
Nos últimos anos, o movimento de empresas em direção a polos logísticos com melhor infraestrutura, acesso rodoviário e proximidade de centros consumidores tem se intensificado. Cidades como Cajamar (SP), Extrema (MG), Itatiaia (RJ), Jundiaí (SP) e o entorno do Aeroporto de Guarulhos despontam como zonas preferenciais para operações logísticas que buscam agilidade e previsibilidade, especialmente no e-commerce, varejo e supply chains industriais mais sensíveis.
A geografia como fator de eficiência operacional em condomínios logísticos
A localização de um condomínio logístico define o tempo necessário para conectar o estoque ao cliente final. Isso é particularmente crítico em modelos operacionais que dependem de entregas rápidas, abastecimento contínuo ou rotas de distribuição amplas. Uma empresa localizada a 30 km de seu mercado-alvo terá um tempo de ciclo muito inferior a outra que opere a 150 km. E isso, somado ao volume de entregas diárias, gera diferenças expressivas de custo ao final do mês.
Mais do que distância, a localização influencia também o tipo de acesso: a presença de vias duplicadas, saídas diretas para rodovias federais e estaduais, e a ausência de gargalos urbanos são determinantes para a fluidez do transporte. Além disso, a proximidade de fornecedores, operadores logísticos e centros de consumo permite uma melhor consolidação de cargas e maior previsibilidade nas janelas de entrega.
Outro ponto crítico é o acesso à mão de obra. Regiões industriais consolidadas, com transporte público estruturado, tendem a ter maior oferta de trabalhadores qualificados e menor rotatividade. Isso reduz o custo com contratações e treinamentos constantes, favorecendo a estabilidade operacional.
Custos logísticos e margem de contribuição
Os efeitos da localização sobre a rentabilidade da operação podem ser mensurados com clareza. Os custos logísticos no Brasil representaram cerca de 13,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022. Esse percentual é significativamente superior ao de países desenvolvidos, onde os custos logísticos giram em torno de 8% do PIB. Além disso, uma localização estratégica permite a redução de estoques de segurança, menor necessidade de capital imobilizado e maior agilidade na rotação de mercadorias. Isso se traduz em ganhos na margem de contribuição do negócio, com efeitos positivos no fluxo de caixa, no ROI e no nível de serviço.
A previsibilidade gerada por rotas bem posicionadas também favorece a implementação de tecnologias como WMS, TMS e IoT, que exigem padrão e controle para entregar resultados. Ou seja, a localização influencia não apenas o “onde” a empresa opera, mas também “como” ela pode evoluir tecnologicamente.
Localização e escalabilidade da operação
Além dos impactos imediatos, a localização interfere diretamente na capacidade da empresa de crescer de forma estruturada. Galpões instalados em regiões com pouca infraestrutura ou zoneamento restritivo acabam exigindo mudanças de endereço ou dispersão da operação à medida que a empresa expande e isso gera custos indiretos, perda de sinergia e complexidade adicional.
Por outro lado, condomínios logísticos localizados em zonas de expansão planejada oferecem módulos adicionais, infraestrutura dimensionada e possibilidade de expansão integrada. Isso facilita a manutenção da cultura operacional, a escalabilidade de sistemas e a continuidade dos contratos com prestadores de serviço locais.
É também nesses locais que se concentram os investimentos em soluções de mobilidade, conectividade digital e sustentabilidade, critérios que já começam a influenciar processos de seleção de site por empresas com compromissos ESG ou cadeias de suprimento internacionais.
A localização é, portanto, mais do que um endereço. É uma decisão estratégica que impacta custos, qualidade de serviço, capacidade de crescimento e até o posicionamento competitivo da empresa. Esta é uma variável que não pode ser negligenciada, especialmente considerando segmentos que trabalham com margens apertadas e exigência crescente por eficiência.
Condomínios logísticos que aliam localização estratégica a infraestrutura moderna se tornam plataformas reais de competitividade. Eles reduzem atrito, ampliam a previsibilidade e tornam a operação mais inteligente. E isso, no fim do dia, é o que separa empresas preparadas para crescer daquelas que apenas reagem ao mercado.
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